Samba: Saberes e Tradições

Na noite do último sábado (14) o Centro de Cultura Raul de Leoni abriu espaço para o samba passar. Cerca de 50 pessoas participaram de atividades culturais promovidas pelo grupo de capoeira Cordão de Ouro Petrópolis em memória a abolição da escravatura.

A abertura do evento Samba: Saberes e Tradições contou com a participação de Mestre Banzo, coordenador do grupo de capoeira Cordão de Ouro Petrópolis, que ministrou a oficina de samba de roda. O curso foi didático voltado para aqueles interessados em aprender a respeito dos instrumentos utilizados da tradicional roda de samba e dos fundamentos que envolvem a dança.

A atração seguinte foi a exibição do filme O Pagador de Promessas (1962), na sala de cinema Humberto Mauro, seguida pela mesa de debate com Luciana Oliveira (Professora de História), Mestre Banzo e Letícia Azevedo (vocalista do projeto Sambas de Quinta).

O Pagador de Promessas foi o elo entre o debate e a plateia, os organizadores tinham como objetivo exibir um filme que provocasse os espectadores a questionar a intolerância religiosa, preconceito e cultura Negra. A idéia funcionou. A platéia participou da conversa com os convidados que abordaram temas que foram desde o Candomblé, a diferença do samba entre Bahia e Rio de Janeiro, a instituição da lei 10.639, que obriga as escolas a incluir em seu currículo o ensino de História da África até a forma como os escravos eram documentados na cidade de Petrópolis.

Para o estudante Leonardo Branco, 21, que participou de três atividades do evento a iniciativa ajudou a valorizar a cultura negra em Petrópolis. “O debate possibilitou que conhecêssemos mais a cultura afro, eu por exemplo, sabia muito pouco a respeito do Candomblé”, destaca Leonardo

Os organizadores Jaqueline Deister e Rafael Silva disseram estar satisfeitos com o resultado. “Apesar da dificuldade para realizar o Samba: Saberes e Tradições, contamos com o apoio de pessoas que acreditaram na iniciativa de agregar educação à cultura. A cidade carece deste tipo de evento, as pessoas presentes elogiaram bastante a iniciativa. Ficamos felizes com isso”, ressaltam.

Samba: Saberes e Tradições não podia terminar diferente. O projeto Sambas de Quinta, que completou um ano na última quinta-feira, junto com Mestre Banzo levantou os participantes com muito samba de raiz, a sala de música do Centro Cultural ficou pequena para os dançarinos de plantão.

O evento foi uma realização do Grupo de Capoeira Cordão de Ouro. Para aqueles que estiverem interessados em saber mais sobre a capoeira, o samba, o jongo e o maculelê, o endereço do grupo é Rua Montecaseiros, 278, centro. As aulas são ministradas pelo Mestre Banzo toda segunda, quarta e sexta - feira das 18h até as 20h na quadra do Colégio Santa Catarina.

Assessoria de Comunicação Cordão de Ouro Petrópolis

Tai Chi Chuan - Arte Marcial do Grande Principio

O Tai Chi Chuan é um Kung Fu interno, suas técnicas e exercícios se baseiam nos princípios das ciências taoistas, as mesmas ciências que hoje vem sendo conhecidas através da acupuntura e outras linhas da medicina tradicional chinesa.

Formalmente surgiu à cerca de 500 anos quando Chen Wang Ting acrescentou os conceitos da alquimia interna Taoísta transformando o Boxe de sua família no estilo Chen de Tai Chi Chuan, escola de origem da maioria dos estilos de Tai Chi Chuan conhecidos hoje no mundo.

O Tai Chi Chuan como arte marcial está estruturado sobre o conceito de força interna, que significa usar a musculatura interna do corpo e torná-la forte, através de técnicas baseadas nos princípios do tecer o fio da ceda, que significa unificar as estruturas do corpo e fazê-lo mover-se em espirais e em unidade, trazendo assim harmonia e força ao corpo.

Juntamente com treinamento das formas, desencadeamento de movimentos simulando combates, pratica-se o chi kung, exercícios para fortalecer as estruturas internas, a percepção das harmonias do corpo e a transmutação da energia. Princípios a serem utilizados não apenas nas praticas, mas em todos momentos do cotidiano.

Além dessas praticas solo ocorrem também as praticas a dois e em grupo especificamente voltadas para as aplicações marciais e defesa pessoal, assim como os exercícios com diversas armas que são complementares ao treinamento de mãos livres. As armas mais tradicionais do Tai Chi Chuan estudado no Grupo Gesto Cotidiano são: Bastão longo, Facão ou Sabre, Espada reta e o Leque.

Os principais benefícios do Tai Chi Chuan são:

 Flexibilidade e alongamento;

 Fortalecimento de ossos e músculos;

 Melhor condicionamento cardiovascular;

 Melhor consciência respiratória;

 Aumento da concentração e da capacidade de memorização;

 Coordenação motora e consciência espaço-temporal;

 Cultivo da serenidade e da paciência;

 Além dos benefícios óbvios ao praticar-se arte marcial.

Samba: Saberes e Tradições

O samba desceu o morro, saiu da casa das 'tias baianas' misturou-se com a capoeira e festas do terreiro até tornar-se símbolo da cultura brasileira e 'maior show da terra.' Hoje são poucas as pessoas que conhecem as raízes e riquezas da origem deste gênero musical deixado pelos negros.

A fim de resgatar as tradições afro-brasileiras e lembrar a abolição da escravatura, o Grupo de Capoeira Cordão de Ouro Petrópolis realizará o evento Samba: Saberes e Tradições no próximo dia 14 de maio. Diversas atividades que buscam aproximar o público petropolitano da cultura negra estão programadas.

O evento terá inicio com uma oficina de samba de roda para àqueles que desejam saber um pouco mais sobre os fundamentos e técnicas desta arte. A aula será ministrada pelo Mestre Banzo, que há 40 anos dedica parte de sua vida à capoeira e outras manifestações da cultura negra no Brasil, como o maculelê, samba de roda e jongo.

O valor da oficina é de R$ 20,00. Os interessados devem chegar às 17h na Sala Multiuso do Centro de Cultura Raul de Leoni para efetuar a inscrição. A organização destaca que as outras atividades do evento são gratuitas.

A programação segue com a projeção do filme O Pagador de Promessas (1962), vencedor do Palma de Ouro no Festival de Cannes. De acordo com os organizadores do evento, Jaqueline Deister e Rafael Silva, o filme foi escolhido por abordar, através do sincretismo religioso, as tradições de uma Bahia que nunca deixou para trás sua origem e por trazer questões como a discriminação racial e a intolerância religiosa em seu enredo.

Para valorizar os temas abordados em O Pagador de promessas, após a exibição do filme haverá uma mesa redonda com a participação de Luciana Azevedo, musicoterapeuta e cantora do projeto Sambas de Quinta; Luciana de Oliveira, professora de História do município e coordenadora de projetos educacionais como Negro ontem hoje e sempre e Mama África recicla e Mestre Banzo, coordenador do grupo Cordão de Ouro em Petrópolis.

Mestre Banzo ressalta a importância do evento para a população saber um pouco mais da história do seu próprio país. ‘ O nosso objetivo é trazer mais conhecimento das raízes da cultura negra para os petropolitanos e mostrar o trabalho que fazemos além da capoeira’, destaca.

O encerramento do evento não podia ser diferente. Os novos talentos da cultura de Petrópolis, os músicos do projeto Sambas de Quinta, farão com Mestre Banzo um show de samba que promete levantar o público presente.

Samba: Saberes e Tradições

Dia: 14 de maio

Horário: 17:20h (Oficina de Samba de Roda); 19h (Exibição do filme); 21h (Show)

Local: Salas multiuso (Oficina de samba de roda), Humberto Mauro (O Pagador de Promessas) e de Música (show) do Centro de Cultura Raul de Leoni.

Assessoria de Comunicação do Grupo Cordão de Ouro Petrópolis

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A filosofia do Kung Fu

A popularização das artes marciais tem aumentado nos últimos anos. Cada vez mais academias incorporam em suas atividades lutas ou então ginásticas com golpes marciais, no qual se evita o combate direto com o objetivo de evitar lesões.

Escolas de artes marciais que exploram além da luta a filosofia de vida e os valores por trás do treinamento estão em extinção. O Aiguara – Artes Guerreiras vem com o propósito de mudar este cenário e trazer treinamento aliado a busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento interior.

O Seminário de Outono, que ocorreu no último dia 20, trouxe para os alunos e curiosos um pouco sobre o conceito do Kung Fu. O instrutor de Tai Chi Chuan Rafael Motta ministrou uma palestra na qual explicou os dois diferentes tipos de Kung Fu: o interno e o externo seguida por uma oficina de Chi Kung, que se refere à prática de exercícios que promovam o cultivo da energia. A saúde, a longevidade, a melhora da habilidade de luta e o desenvolvimento da espiritualidade são alguns dos benefícios que esta arte chinesa pode trazer.

Quando se fala em Kung Fu, grande parte das pessoas já pensa em filmes protagonizados pelo incrível Bruce Lee e em treinamentos exaustivos para alcançar a perfeição de golpes mortais. O estilo externo desta arte marcial foi o que se tornou mais conhecido. No entanto Kung Fu não é só isso. De acordo com Rafael, a palavra chinesa Kung Fu pode ser traduzida como trabalho árduo, disciplina para aprimorar o corpo e o espírito como um todo.

O instrutor de Tai Chi Chuan explica que o Kung Fu externo foca principalmente a musculação e a flexibilidade corporal e que, por sua vez, o interno frisa o aumento da concentração e do desenvolvimento da intenção do individuo. Os maiores exemplos deste tipo de Kung Fu são o Taijiquan e Ba Gua. “Desenvolvemos a força de dentro para fora, sempre respeitando as limitações do nosso corpo. O objetivo é expandir o Kung Fu para todos os aspectos da vida, ultrapassando o treinamento”, destaca Rafael.

Ouvir o corpo é a melhor maneira de conhecê-lo. A tranqüilidade e o equilíbrio dos movimentos do Tai Chi Chuan envolvem o trabalho de luta e fortalecimento do corpo e da mente, que reflete na maneira como os praticantes desta arte aprendem a contornar as dificuldades do dia a dia.

Jaqueline Deister, jornalista.



As Palmas e os Punhos: Mudanças e transformações no caminho

Praticar arte marcial é desenvolver o próprio espírito, cultivar a saúde, e estar preparado para o desconhecido, para as continuas mudanças e constantes transformações. Durante os treinamentos desenvolve-se diversas habilidades psicológicas e físicas, aprimorando assim o praticante como um todo.

Nas artes marciais, as palmas e os punhos representam a manifestação das intenções da arte, adequadas as diversas situações. Entendem-se as palmas como caminho da serenidade e da tolerância, e os punhos caminho da força e severidade, ambos os caminhos de grande valor ao praticante das artes guerreiras, e seu equilíbrio é essencial ao desenvolvimento mais profundo das artes. Simbolicamente são reconhecidas como a lua e o sol, o dragão e o tigre, yin e yang, juntas num gesto de saudação (chin li) e respeito representam as intenções do caminho, harmonia, sabedoria, equilíbrio.

No caminho o praticante encontra diversas situações e a elas deve se adequar segundo os fundamentos das palmas e dos punhos, equilibrando a força e a tolerancia. O Caminho tem inúmeras facetas e a cada uma delas uma forma melhor irá se adequar, compreender os equilíbrios dos momentos e agir é um desafio ao guerreiro no seu caminhar.

Durante o treinamento a arte transforma o praticante, as técnicas dão formas ao corpo, atenção à mente, cultivando assim o espírito daquele que pratica. Ao iniciar-se no caminho dos guerreiros tais mudanças tornam-se inevitáveis até que arte e o guerreiro não se diferenciem, os punhos e as palmas tornam-se iguais.

Banzumbi: arte, dança, luta e cultura - PARTE II

Uma arte marcial chamada: Capoeira

Mestre Pastinha

Dois nomes que contribuíram para que a Capoeira se consolidasse como arte marcial na sociedade brasileira. Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, ou Mestre Pastinha(1889-1991), é o menos lembrado, mas foi com ele que tudo começou. Com competência e dedicação destacou-se como o primeiro a pensar na Capoeira como um jogo, criando método de ensino que facilitaram o entendimento da luta como uma expressão artística.

O guardião da Capoeira Angola aprendeu a Capoeira com um velho negro africano que um dia ao ver o pequeno Pastinha sempre apanhar nas brigas

de rua prometeu ensinar ao jovem algo de grande valia, que o menino utilizaria para a vida toda.

Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em 1967, o Mestre contou como tudo começou :

“Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se

meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia”

O velho africano estava certo. O menino Pastinha cresceu, trabalhou como estivador, marinheiro e leão de chácara (segurança). No entanto, nunca deixou de lado a luta que aprendeu. Em 1941, fundou a primeira escola de Capoeira reconhecida pelo governo baiano, O Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), onde formou mais de 10 mil alunos. A escola localizada na cidade de Salvador, especificamente no Largo do Pelourinho, na Bahia, não teve a sua relíquia preservada e hoje abriga um estabelecimento comercial.

O angoleiro mais conhecido no mundo da Capoeira não abandonou a arte que aprendeu quando menino, nem mesmo quando ficou cego. Apesar do reconhecimento e da fama por diversos países, Pastinha morreu muito doente e pobre em 1981, em Salvador. Mas segundo ele, com o destino de dedicar a vida a Capoeira cumprido.

Mestre Bimba

Responsável por incorporar a Capoeira tradicional ao batuque nordestino, criando o estilo da Regional e por legitimar a arte dos negros diante da sociedade brasileira, Manuel dos Reis Machado, o famoso Mestre Bimba (1900-1974), conseguiu tirar o esporte da marginalidade. A contribuição de Bimba para esta arte não parou por ai. Ele criou também o ritual do batizado e formatura que são seguidos até hoje pelas escolas de Capoeira de todo o mundo.

Mestre Banzo destacou durante o curso a importância das oito sequências criadas por Mestre Bimba, que trouxeram dinamismo e didática ao jogo, mostrando que a Capoeira era muito mais do que uma dança. Banzo ressaltou também o papel do Mestre Vermelho 27 na vida de Bimba. Segundo ele, foi Vermelho 27 quem anotou os toques de berimbau e as sequências de Bimba, quando o criador da Regional já estava quase morrendo em Goiás.

O Mestre do Cordão de Ouro fez questão de lembrar que Bimba largou tudo o que tinha na Bahia por orgulho. Insatisfeito com a falta de reconhecimento do governo baiano, Mestre Bimba resolveu tentar a vida pela região centro-oeste. “Não voltarei, mas aqui, nunca fui lembrado pelos poderes públicos; se não gozar nada em Goiânia, vou gozar do cemitério”, disse Bimba durante a última formatura, a chamada 'formatura do adeus' realizada em Salvador, em 1973, um ano antes da sua morte em Goiânia.

Contribuições de Mestre Bimba:

• Criou a Capoeira Regional, na época consistia de 52 golpes.
• Criou um método de ensino, a chamada sequência de Bimba que consiste em 8 sequências de ataque e defesa para serem executados na roda..Criou a sequência de cintura desprezada, uma série de movimentos cinturados, que os alunos podiam jogar depois de formados, ao toque de iuna.
• Criou o batizado de capoeira, um ritual onde o aluno iniciado na capoeira recebendo um apelido e sua primeira graduação.
• Criou a graduação na capoeira, que consistia em 4 lenços de esguio de seda:

1º lenço cor azul – aluno formado

2º lenço cor vermelho – aluno formado e especializado

3º lenço cor amarelo – curso de armas

4º lenço cor branco – mestre de capoeira.

Atualmente o sistema de graduação varia de grupo para grupo. Alguns se fundamentam nas cores da bandeira do Brasil. Outros optam por criar seus próprios critérios ou seguir uma Federação.

Assessoria de Comunicação do Grupo Cordão de Ouro Petrópolis

Seminário de Outono

Palestra Gratuita: Gong Fu - O Caminho do Guerreiro

Gong Fu (kung fu) refere-se a diversos métodos de auto aprimoramento, não limitando-se as artes marciais as quais obviamente esta intimamente ligado. Suas raizes estão nas praticas médicas, misticas e religiosas, nas artes da guerra, e principalmente na vida cotidiana. Pode-se dizer que Gong Fu é disciplina e cultivo da mesma.

Oficina (R$ 20,00) - Pratica de Qi Gong

Dentro dos muitos métodos de gong fu, o qi gong (chi kung) é a base para todos os outros. Qi gong é meditar, é exercitar a energia no corpo, exercitar a intenção, através da combinação do movimento ou ausencia dele (externamente) com a respiração, procurando aliviar as tensões, desfazer os bloqueios emocionais e energéticos e fortalecer o organismo. Dentre muitos dos beneficios de sua pratica estão o ganho de flexibilidade e elasticidade articular, ganho de equilibrio fisico e psicológico.

Sabado dia 26 de fevereiro - às 9h - Oficina de Defesa Pessoal

Kung fu para monjas no Tibet

http://ymaa.com/articles/kung-fu-nuns

Banzumbi: arte, dança, luta e cultura - PARTE I

Resgate da história da Capoeira, Samba e Jongo. Assim ficou marcado o Banzumbi 2010, que ocorreu na quadra do Colégio Santa Catarina. Cerca de vinte e cinco pessoas compareceram ao evento que mostrou um lado pouco explorado das manifestações culturais brasileiras.

O curso ministrado pelo Mestre Banzo, do Grupo Cordão de Ouro- Petrópolis, contou com palestras, oficinas e é claro, muita capoeiragem. Os fundamentos da Capoeira e todo o seu mistério iniciou o evento. A importância dos gestos, o respeito para com o adversário e a soberania do berimbau foram apresentados pelo Mestre como a essência desta luta desenvolvida pelos escravos.

Mestre Banzo ressaltou que o primeiro sistema de graduação criado por Mestre Bimba, tinha a medalha e o lenço como símbolos do crescimento dentro da arte. Ele lembra da importância do resgate da cultura para preservar a essência do ensinamento. “Está acontecendo uma perda dos fundamentos. Hoje só querem florear na roda. Nem todo dia é dia de guerreiro”, disse.

Pelos bastidores da Casa Grande

Desvencilhar a Capoeira da marginalidade não foi tarefa fácil. Muitas pessoas, brasileiros inclusive, em pleno século vinte e um ainda desvalorizam e olham torto quando passam por uma roda de Capoeira. Imagine há cinco séculos atrás? Quando os negros trazidos do continente africano, principalmente de Angola, eram obrigados a trabalhar nos canaviais nordestinos?

Os negros viram na mistura de dança com luta uma forma de se defenderem da violência e repressão dos colonizadores portugueses. A música disfarçava a verdadeira malícia dos passos escondidos por trás da dança. A Capoeira era praticada nas proximidades da senzala e tinha como principal função a resistência da cultura e saúde física e mental do negro. A 'vadiagem', como é conhecida, ocorria em clareiras ou capoeiras no meio de arbustos, daí surgiu o nome da luta.

Na parte II um pouco sobre Mestre Pastinha e Mestre Bimba.

Assessoria de Comunicação Cordão de Ouro Petrópolis

Taijiquan e os efeitos fisológicos - Zhang Zhuang e Chi kung

Zhan Zhuang: “Meditação da arvore”

Alem de ser um método para treinar a concentração e de aprimoramento proprioceptivo, Zhan Zhuang também é uma técnica para desenvolver a resistência muscular. Esse método consiste em permanecer em determinadas posturas por um longo período de tempo, em media 20 minutos por sessão de treinamento.

Pode-se com isso avaliar a sincronias e assíncronias da ativação dos músculos, pontos onde se possui maior ou menor tensão, desvios posturais e observar também ritmos respiratórios e cardíacos, sendo também um meio de gerar calor.

Algumas alterações metabólicas ocorrem devido à permanência em certas posturas, como aumento de numero de mitocôndrias e de mioglobina favorecendo a oxigenação do organismo, pois maior número de fibras do tipo I são ativadas.

Chi Kung: trabalho da energia


Segundo a filosofia taoista respirar é a principal ferramenta para longevidade, e os mestres dedicaram muitos esforços para desenvolver métodos para utilizar efetivamente essa ferramenta, tais métodos deram origem ao que hoje é chamado de chi kung, o trabalho do sopro ou trabalho da energia.

A combinação de movimentos determinados a ritmos específicos de respiração, estimulam o corpo de diversas maneiras, seja simulando uma falta de oxigenação temporária, o que forçaria a glicólise, ou uma hiper ventilação, o que fortaleceria os sistema cardiovascular, alem é claro de afetarem psicologicamente o praticante seja excitando-o, liberando substancias opeáceas ou relaxando-o profundamente .

Para os mestres taoistas não apenas os movimentos e a respiração eram trabalhadas no chi kung mas também a relação do praticante com o mundo que o cerca, diziam que certas praticas so deveriam ser realizadas em certos horários e até em épocas e especificas do ano ou da vida do praticante.

Taijiquan e os efeitos fisiológicos: Fajing

Fa Jing: o movimento explosivo

Apesar de ser praticado predominantemente de maneira lenta e suave, algumas escolas do Tai Chi Chuan possuem técnicas explosivas e velozes, essas técnicas são denominadas fa jing, explosão da energia interna, para esse método ser efetivamente aplicado nas seqüências de movimento e no combate é preciso manter a idéia de relaxamento e unidade. A técnica do fa jing inclui aproveitamento da energia potencial elástica do tecido conjuntivo, principalmente nos tendões e nas fascias, o grau de estiramento do músculo e a capacidade do praticante de relaxar e projetar o corpo com firmeza iniciando o movimento nas pernas e direcionando com o quadril.

Teoricamente o fa jing funciona com uma técnica pliométrica onde a contração e a extensão ocorre num curto espaço de tempo, incutindo ao golpe maior potencia.

Taijiquan e os efeitos fisiológicos - Estrutura e Movimento

Devido à ênfase na propriocepção durante o treinamento, a ativação das unidades motoras provenientes da movimentação lenta e continua deve ser ininterrupta partindo do centro para as regiões distais, observando sempre os sutis alertas como tensões de estiramento e contração muscular, emitidos a partir dos fusos musculares, aproveitando assim dos mecanismos de relaxamento dos músculos. Dessa forma intenta-se obter o movimento com o mínimo de contração necessária, partindo sempre de um impulso proveniente do centro do corpo (na maioria dos movimentos do tai chi chuan os movimentos são impulsionados pelo quadril), utilizando a contração muscular e a elasticidade dos tendões como estilingues nos movimentos mais explosivos e rápidos (fa jing).

O desencadear suave de um padrão para outro utiliza predominantemente as fibras musculares de contração lenta, permitindo aprimoramento na vascularização e resistência, já que grande parte das series de exercícios são longas e continuas, e nas praticas estáticas deve-se manter o corpo em leve contração/ relaxamento por mais 20 minutos, fortalecendo a estrutura óssea e tendínea..

Durante os exercícios de chi kung, a execução das formas de desencadeamento exige do praticante que ele procure movimentar-se ou sustentar-se em certas posturas mantendo o tônus e o relaxamento, sugerindo a todo instante avaliar a seu grau de tensão muscular e articular. De acordo com Mantak Chia, o efeito desse método é permitir que a musculatura seja mais irrigada pelo sangue e pelo chi, e o corpo sustentado pelos ossos o que permite o aprimoramento da força e da flexibilidade, estimulando também a produção de calor.

Supõe-se que a ênfase na percepção de detalhes de contração e relaxamento também possa estimular as fibras tipo IIc, as quais estimulam reenervação das fibras e produz mudanças nas unidades motoras, permitindo variações de no grau de contração e nas seqüências de ativação de fibras, embora não se encontre muita informação e pesquisas a cerca desse fato.



“A partir do menor movimento, todo o corpo deve estar leve e ágil, com todas as partes ligadas. Convém estimular o sopro, concentrar o poder espiritual, fazer de modo que os movimentos não apresentem nenhuma ruptura, que não tenha reentrância nem saliência e não apresentem descontinuidade. A energia enraíza-se nos pés, desenvolve-se nas pernas , é comandada pela cintura e manifesta-se nos dedos. Dos pés às pernas, das pernas à cintura, é mister uma unidade perfeita; assim seremos capazes, no avanço e no recuo, de captar o momento propicio e obter uma posição vantajosa. Caso o contrario, o corpo será deslocado, desfeito proveniente das pernas e da cintura.”

“Aplica-se o principio seja qual for a direção. Tudo isso é uma caso de intenção e não uma coisa exterior. O alto não vai sem o baixo, nem a esquerda sem a direita, nem o dianteiro sem o traseiro; se a intenção é ir para cima, coloquemos o pensamento voltado para baixo, exatamente como quando queremos arrancar um planta; se lhe acrescentarmos a idéia de torção, é certo que a própria raiz se romperá e será rapidamente destruída. Convém distinguir claramente o ‘vazio’ do ‘cheio’. Cada parte do corpo corresponde ao ‘vazio’ ou a ‘plenitude’. O corpo deve estar ligado, articulação por articulação, sem nenhuma descontinuidade.” (tratado sobre Tai Chi Chuan - atribuído a Zhang Sanfeng, Século XIII – Dinastia Song.)

Ao movimentar-se o praticante deve ser como uma unidade guiada pelo centro, se uma parte do corpo todo corpo se movimenta, recrutando um grande numero de unidades motoras, possivelmente estás sendo recrutadas seletivamente em seqüência partindo de um lado do corpo ao outro de modo cruzado ou não. Por exemplo se a intenção é socar com o punho direito, o praticante devera recolher-se levemente para esquerda levando o peso juntamente com uma sutil torção de quadril, e partindo daí projetar todo corpo para direita lançando o punho, como se fosse uma flecha lançada por um arco. Vê-se neste exemplo o aproveitamento da energia elástica dos músculos e tendões.

Ao estruturar o corpo, o tai chi chuan faz com que as articulações dêem formas arredondadas ao corpo, favorecendo com isso a sustentação pelo encaixe de ossos e articulações, permitindo melhor liberdade de contração e relaxamento aos músculos e tendões, aproveitando da flexibilidade dessas estruturas para se sustentar e mover.

Breve histórico da Dança do Ventre

Era uma vez...

... Há 7000 anos atrás, no Antigo Egito – uma terra de muitos mistérios – um grupo de mulheres sacerdotisas que se reunia pra celebrar os deuses e agradecer pelo dom de dar a vida.

Durante os rituais em que cultuavam os deuses, realizavam uma bela dança na qual movimentavam seus ventres e quadris com muita suavidade e graciosidade. Era o início da Dança do Ventre. Naquela época, as mulheres eram vistas quase como deusas, e por isto eram elas as escolhidas para cultuar as divindades.

Entre estas, cultuavam a deusa Ísis – deusa da fertilidade e da maternidade; a deusa Maat – que representava o equilíbrio e a justiça, e a Deusa Hátor – ligada ao nascimento e à morte.

Mas foi com a invasão dos povos árabes ao Egito que a Dança começou a se transformar. Levaram esta dança para seus países e começaram a realizá-la ao som de músicas mais alegres e festivas. E a dança, que antes era religiosa, passou a ser dançada também em festas, nascimentos, aniversários, casamentos...

E assim a dança foi fazendo parte, cada vez mais, do mundo árabe, presente nos momentos mais simples, nos momentos mais especiais e ao mesmo tempo, nos momentos mais belos destas mulheres dançarinas e de todo o povo árabe...

Salam Aleikoum!!!

Jannah Mahati

Qigong/Neigong: Combining the External Strength with the Internal Strength.

Qigong/Neigong: Combining the External Strength with the Internal Strength.

Tai chi chuan e os efeitos fisiológicos: Métodos e pratica

Por ser uma arte marcial interna, o foco fundamental do treinamento do tai chi chuan é a propriocepção, onde o praticante através de exercícios dinâmicos ou estáticos busca reconhecer as formas do seu corpo, aprimorá-las e adequá-las aos princípios da arte, o equilíbrio e a harmonia. Partindo desses exercícios o estudante pode localizar as tensões e aliviá-las de maneira progressiva e também coordenar seu corpo nas series de movimentos (formas de desencadeamento ou boxe com sombras) e simulações combate, que vão se tornando mais complexas à medida que o estudante vai se tornando mais leve e suave na movimentação e adquirindo maior consciência das harmonias dos membros e dos ritmos internos do organismo. Favorecendo o desenvolvimento no controle do sistema nervoso, ampliando a concentração e a domínio neuromotor.

Nas pratica dos movimentos de tai chi chuan, sejam eles as formas de desencadeamento ou exercícios de chi kung, deve-se sempre respeitar as limitações estruturais, evitando ir além do limite não permitindo que ocorra a dor, respeitando assim os alertas emitidos pelos músculos e ligamentos através da ativação dos Órgãos Tendinosos de Golgi (OTG) e fuso musculares. Segundo os conselhos dos mestres, devem-se ter essas unidades como alarmes práticos e evitar atingir os limites onde a dor torna a atividade dura e desconfortável. Atentos a esses sinais fisiológicos praticantes podem corrigir desvios e tensões, ampliar o domínio neuromotor dos movimentos adequando-os aos princípios do Tai Chi.