A popularização das artes marciais tem aumentado nos últimos anos. Cada vez mais academias incorporam em suas atividades lutas ou então ginásticas com golpes marciais, no qual se evita o combate direto com o objetivo de evitar lesões.
Escolas de artes marciais que exploram além da luta a filosofia de vida e os valores por trás do treinamento estão em extinção. O Aiguara – Artes Guerreiras vem com o propósito de mudar este cenário e trazer treinamento aliado a busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento interior.
O Seminário de Outono, que ocorreu no último dia 20, trouxe para os alunos e curiosos um pouco sobre o conceito do Kung Fu. O instrutor de Tai Chi Chuan Rafael Motta ministrou uma palestra na qual explicou os dois diferentes tipos de Kung Fu: o interno e o externo seguida por uma oficina de Chi Kung, que se refere à prática de exercícios que promovam o cultivo da energia. A saúde, a longevidade, a melhora da habilidade de luta e o desenvolvimento da espiritualidade são alguns dos benefícios que esta arte chinesa pode trazer.
Quando se fala em Kung Fu, grande parte das pessoas já pensa em filmes protagonizados pelo incrível Bruce Lee e em treinamentos exaustivos para alcançar a perfeição de golpes mortais. O estilo externo desta arte marcial foi o que se tornou mais conhecido. No entanto Kung Fu não é só isso. De acordo com Rafael, a palavra chinesa Kung Fu pode ser traduzida como trabalho árduo, disciplina para aprimorar o corpo e o espírito como um todo.
O instrutor de Tai Chi Chuan explica que o Kung Fu externo foca principalmente a musculação e a flexibilidade corporal e que, por sua vez, o interno frisa o aumento da concentração e do desenvolvimento da intenção do individuo. Os maiores exemplos deste tipo de Kung Fu são o Taijiquan e Ba Gua. “Desenvolvemos a força de dentro para fora, sempre respeitando as limitações do nosso corpo. O objetivo é expandir o Kung Fu para todos os aspectos da vida, ultrapassando o treinamento”, destaca Rafael.
Ouvir o corpo é a melhor maneira de conhecê-lo. A tranqüilidade e o equilíbrio dos movimentos do Tai Chi Chuan envolvem o trabalho de luta e fortalecimento do corpo e da mente, que reflete na maneira como os praticantes desta arte aprendem a contornar as dificuldades do dia a dia.
Jaqueline Deister, jornalista.