Caminhos

Artes Guerreiras

Sejam bem vindos, o Aiguara é um local para estudo e pratica das artes guerreiras, aqui iremos trocar um pouco nossas pesquisas e experiencias e inspirações nessas artes.

Esperamos que aproveitem. Duvidas, sugestões e criticas nos comentários são bem vindos também.


quarta-feira, 30 de março de 2011

A filosofia do Kung Fu


A popularização das artes marciais tem aumentado nos últimos anos. Cada vez mais academias incorporam em suas atividades lutas ou então ginásticas com golpes marciais, no qual se evita o combate direto com o objetivo de evitar lesões.
Escolas de artes marciais que exploram além da luta a filosofia de vida e os valores por trás do treinamento estão em extinção. O Aiguara – Artes Guerreiras vem com o propósito de mudar este cenário e trazer treinamento aliado a busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento interior.

O Seminário de Outono, que ocorreu no último dia 20, trouxe para os alunos e curiosos um pouco sobre o conceito do Kung Fu. O instrutor de Tai Chi Chuan Rafael Motta ministrou uma palestra na qual explicou os dois diferentes tipos de Kung Fu: o interno e o externo seguida por uma oficina de Chi Kung, que se refere à prática de exercícios que promovam o cultivo da energia. A saúde, a longevidade, a melhora da habilidade de luta e o desenvolvimento da espiritualidade são alguns dos benefícios que esta arte chinesa pode trazer.

Quando se fala em Kung Fu, grande parte das pessoas já pensa em filmes protagonizados pelo incrível Bruce Lee e em treinamentos exaustivos para alcançar a perfeição de golpes mortais. O estilo externo desta arte marcial foi o que se tornou mais conhecido. No entanto Kung Fu não é só isso. De acordo com Rafael, a palavra chinesa Kung Fu pode ser traduzida como trabalho árduo, disciplina para aprimorar o corpo e o espírito como um todo.

O instrutor de Tai Chi Chuan explica que o Kung Fu externo foca principalmente a musculação e a flexibilidade corporal e que, por sua vez, o interno frisa o aumento da concentração e do desenvolvimento da intenção do individuo. Os maiores exemplos deste tipo de Kung Fu são o Taijiquan e Ba Gua. “Desenvolvemos a força de dentro para fora, sempre respeitando as limitações do nosso corpo. O objetivo é expandir o Kung Fu para todos os aspectos da vida, ultrapassando o treinamento”, destaca Rafael.



Ouvir o corpo é a melhor maneira de conhecê-lo. A tranqüilidade e o equilíbrio dos movimentos do Tai Chi Chuan envolvem o trabalho de luta e fortalecimento do corpo e da mente, que reflete na maneira como os praticantes desta arte aprendem a contornar as dificuldades do dia a dia.



Jaqueline Deister, jornalista.





terça-feira, 29 de março de 2011

As Palmas e os Punhos: Mudanças e transformações no caminho

Praticar arte marcial é desenvolver o próprio espírito, cultivar a saúde, e estar preparado para o desconhecido, para as continuas mudanças e constantes transformações. Durante os treinamentos desenvolve-se diversas habilidades psicológicas e físicas, aprimorando assim o praticante como um todo.

Nas artes marciais, as palmas e os punhos representam a manifestação das intenções da arte, adequadas as diversas situações. Entendem-se as palmas como caminho da serenidade e da tolerância, e os punhos caminho da força e severidade, ambos os caminhos de grande valor ao praticante das artes guerreiras, e seu equilíbrio é essencial ao desenvolvimento mais profundo das artes. Simbolicamente são reconhecidas como a lua e o sol, o dragão e o tigre, yin e yang, juntas num gesto de saudação (chin li) e respeito representam as intenções do caminho, harmonia, sabedoria, equilíbrio.

No caminho o praticante encontra diversas situações e a elas deve se adequar segundo os fundamentos das palmas e dos punhos, equilibrando a força e a tolerancia. O Caminho tem inúmeras facetas e a cada uma delas uma forma melhor irá se adequar, compreender os equilíbrios dos momentos e agir é um desafio ao guerreiro no seu caminhar.

Durante o treinamento a arte transforma o praticante, as técnicas dão formas ao corpo, atenção à mente, cultivando assim o espírito daquele que pratica. Ao iniciar-se no caminho dos guerreiros tais mudanças tornam-se inevitáveis até que arte e o guerreiro não se diferenciem, os punhos e as palmas tornam-se iguais.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Banzumbi: arte, dança, luta e cultura - PARTE II




Mestre Pastinha

Dois nomes que contribuíram para que a Capoeira se consolidasse como arte marcial na sociedade brasileira. Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, ou Mestre Pastinha(1889-1991), é o menos lembrado, mas foi com ele que tudo começou. Com competência e dedicação destacou-se como o primeiro a pensar na Capoeira como um jogo, criando método de ensino que facilitaram o entendimento da luta como uma expressão artística.
O guardião da Capoeira Angola aprendeu a Capoeira com um velho negro africano que um dia ao ver o pequeno Pastinha sempre apanhar nas brigas
de rua prometeu ensinar ao jovem algo de grande valia, que o menino utilizaria para a vida toda.
Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em 1967, o Mestre contou como tudo começou :
“Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se
meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia”
O velho africano estava certo. O menino Pastinha cresceu, trabalhou como estivador, marinheiro e leão de chácara (segurança). No entanto, nunca deixou de lado a luta que aprendeu. Em 1941, fundou a primeira escola de Capoeira reconhecida pelo governo baiano, O Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), onde formou mais de 10 mil alunos. A escola localizada na cidade de Salvador, especificamente no Largo do Pelourinho, na Bahia, não teve a sua relíquia preservada e hoje abriga um estabelecimento comercial.
O angoleiro mais conhecido no mundo da Capoeira não abandonou a arte que aprendeu quando menino, nem mesmo quando ficou cego. Apesar do reconhecimento e da fama por diversos países, Pastinha morreu muito doente e pobre em 1981, em Salvador. Mas segundo ele, com o destino de dedicar a vida a Capoeira cumprido.
Mestre Bimba
Responsável por incorporar a Capoeira tradicional ao batuque nordestino, criando o estilo da Regional e por legitimar a arte dos negros diante da sociedade brasileira, Manuel dos Reis Machado, o famoso Mestre Bimba (1900-1974), conseguiu tirar o esporte da marginalidade. A contribuição de Bimba para esta arte não parou por ai. Ele criou também o ritual do batizado e formatura que são seguidos até hoje pelas escolas de Capoeira de todo o mundo.
Mestre Banzo destacou durante o curso a importância das oito sequências criadas por Mestre Bimba, que trouxeram dinamismo e didática ao jogo, mostrando que a Capoeira era muito mais do que uma dança. Banzo ressaltou também o papel do Mestre Vermelho 27 na vida de Bimba. Segundo ele, foi Vermelho 27 quem anotou os toques de berimbau e as sequências de Bimba, quando o criador da Regional já estava quase morrendo em Goiás.
O Mestre do Cordão de Ouro fez questão de lembrar que Bimba largou tudo o que tinha na Bahia por orgulho. Insatisfeito com a falta de reconhecimento do governo baiano, Mestre Bimba resolveu tentar a vida pela região centro-oeste. “Não voltarei, mas aqui, nunca fui lembrado pelos poderes públicos; se não gozar nada em Goiânia, vou gozar do cemitério”, disse Bimba durante a última formatura, a chamada 'formatura do adeus' realizada em Salvador, em 1973, um ano antes da sua morte em Goiânia.

Contribuições de Mestre Bimba:
  • Criou a Capoeira Regional, na época consistia de 52 golpes.
  • Criou um método de ensino, a chamada sequência de Bimba que consiste em 8 sequências de ataque e defesa para serem executados na roda..Criou a sequência de cintura desprezada, uma série de movimentos cinturados, que os alunos podiam jogar depois de formados, ao toque de iuna.
  • Criou o batizado de capoeira, um ritual onde o aluno iniciado na capoeira recebendo um apelido e sua primeira graduação.
  • Criou a graduação na capoeira, que consistia em 4 lenços de esguio de seda:
1º lenço cor azul – aluno formado
2º lenço cor vermelho – aluno formado e especializado

3º lenço cor amarelo – curso de armas
4º lenço cor branco – mestre de capoeira.

Atualmente o sistema de graduação varia de grupo para grupo. Alguns se fundamentam nas cores da bandeira do Brasil. Outros optam por criar seus próprios critérios ou seguir uma Federação.
Assessoria de Comunicação do Grupo Cordão de Ouro Petrópolis

Seminário de Outono

Palestra Gratuita: Gong Fu - O Caminho do Guerreiro

Gong Fu (kung fu) refere-se a diversos métodos de auto aprimoramento, não limitando-se as artes marciais as quais obviamente esta intimamente ligado. Suas raizes estão nas praticas médicas, misticas e religiosas, nas artes da guerra, e principalmente na vida cotidiana. Pode-se dizer que Gong Fu é disciplina e cultivo da mesma.

Oficina (R$ 20,00) - Pratica de Qi Gong


Dentro dos muitos métodos de gong fu, o qi gong (chi kung) é a base para todos os outros. Qi gong é meditar, é exercitar a energia no corpo, exercitar a intenção, através da combinação do movimento ou ausencia dele (externamente) com a respiração, procurando aliviar as tensões, desfazer os bloqueios emocionais e energéticos e fortalecer o organismo. Dentre muitos dos beneficios de sua pratica estão o ganho de flexibilidade e elasticidade articular, ganho de equilibrio fisico e psicológico.